Liberdade poética,
Liberdade de expressão,
Liberdade na ética,
Liberdade na acção.
São estas aspirações condignas
Na vida de qualquer ser humano
Seja ele germano ou muçulmano.
A liberdade é uma semente benigna
Que produz as flores mais esplendorosas
Na primavera do entendimento.
O meu pensamento, que outrora voara despreocupado
Como as folhas embaladas pela brisa tépida do verão,
Foi certo dia atraído para um tempestuoso furacão...
Vi então a minha razão ser arrancada do meu corpo
Como ervas daninhas desbastadas de solo fecundo.
Cheguei a uma sumária conclusão,
A existência humana está condenada a ser uma prisão.
Estamos presos a nós mesmos e aos outros:
Aos amantes, à família, aos amigos
Aos fraternos conhecidos
Ou a meros desconhecidos.
Posso estar presa aos meus sonhos,
Às minhas expectativas, aos meus medos,
Desejos ou aos meus segredos.
Na verdade, o que me traz alento
É desatar com o meu talento
As linhas mágicas do destino,
Libertando-me de um fatal determinismo
Para onde a minha vida pendia
Como um rochedo num abismo.
Ana de Freitas