sábado, 6 de dezembro de 2008

PEQUENO DOCE

sábado, 6 de dezembro de 2008

Filha de África-Mãe,

és a sublime mistura de Angola
e Cabo-Verde.

És abençoada por mim

e pelos deuses celestes.
Transpareces a alegria
de uma vida nova e renovada,
cheia de esperança.

Colocando-te em braços meus

apaixonei-me por ti,
tua mãe bela entre as mulheres
pediu-me a tua eternidade.

Tua figura sincera e ingénua

faz-me sonhar com um mundo novo,
embalando-me até às nuvens doces do paraíso,
seduzes-me com a tua ternura inconsciente.

Deixa-me dizer-te que te sonego

o desejo meu de ter além-tempo
fruto do amor e paixão
um ser tão mimoso quanto tu.


Nelson 'Ngungu' Rossano



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

UM REFLEXO QUE NÃO É MEU

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Encaro o espelho...

Reflecte o vazio em mim
Encaro o espelho...
Sinto-me perto do fim.

De olhos postos no chão
Vou pisando o meu mundo
Sinto que é real e não ficção
Vou seguindo cada vez mais fundo.

Tenho a tristeza por companhia,
Os sonhos são passado...
De mim foge a alegria
De quando escrevia no meu diário.

A minha luz é escuridão
O meu ser uma leve pena no ar...
O meu caminho solidão,
O meu fôlego um escasso estar.

Por detrás da imagem escura,
Há o desejo de ser diferente...
De fugir da pele marcada e dos ossos em ruptura,
Mas isso ninguém entende...


Sandra Marisa Gonçalves Gomes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

DOU POR MIM SENTADO

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Dou por mim sentado,

De lágrima na mão,
Balançando ao sabor da tempestade
Reflecte a paisagem distorcida
Que razão acolhe e não compreende
Que eu sou a questão que se prende no ar...
Mas nunca se questiona com medo de se encontrar.

Pois sou o oposto contraditório
Da minha sina incurável
- escrever a incompreensão
Do que se torna diferente.
Daquilo que sente somente,
Dentro de um sentimento vazio,
A melancolia do desconhecido.

Destino traçado
Escrito no passado.
Futuro presente
Pelos que demais ainda sentem a saudade.
Luz repleta do sonho sombrio,
A escura pétala no olho do poeta.


Pedro Esteves

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O ORVALHO

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Orvalho, espelho partido

Que em seus pedaços traz
O bom dia repartido
A cada flor sedenta de mais

E através dele se entende
A ilusão da vida a evaporar
Pois é gota que surpreende
Nascendo sem nunca gotejar

E se o virem pela manhã
Talvez esqueçam a lástima
Transparecendo a vida vã
Que nem tudo que chora é lágrima.


Dummador

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O PESO DAS GOTAS

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O peso das gotas, sinto-o em mim

O cheiro do chão é a vida a crescer
O corpo molhado sente o fracasso
O vento sopra mesmo sem espaço.
A água corre com o caminho ensinado
A noite chuvosa veio no meu encalço...

O céu é escuro
As nuvens cinzentas
As árvores agitam-se
As sombras concentram-se.

Janelas fechadas
Luzes tremidas...
E a água escorre para a valeta,
O esgoto transborda
A pedra recente
Alastra-se uma poça
Turva e nojenta
A semente ensopa
A raiz rebenta,
Fruto de uma noite de chuva intensa.


Akul Ekulf